terça-feira, junho 28

mais um cheirinho de cá


Hoje foi um bom dia.
Fiquei durante bastante tempo na estação, a ver comboios partir, a ver comboios chegar, a ver pessoas sair, a ver pessoas entrar, a ver pessoas e caras novas (umas mais sorridentes que outras), a ver caras que nos parecem familiares, e outras que não.
A caminho do almoço cruzei-me com um senhor "já conhecido" que comentou enquanto passava "hey.. vocês andam-me a seguir..! á bocadinho na estação, e agora aqui.." (sorriso). a senhora já com a sua idade que vinha um metro atrás de mim e tinha ouvido o monólogo nao resistiu "digam-lhe que o passeio é público!" (outro sorriso).
Gosto destes diálogos..destes sorrisos que já pouco se vêem, que já pouco tempo têm para se mostrar quando são precisos, quando precisam de voar, ou mesmo na altura mais inconveniente do mundo.
Ao almoço com os avós seguiu-se um passeio pelas ruas da baixa. Brincos de melância, cores que nos enchem o cabelo, cafés, limões e outros sabores também passeavam por lá, de férias estampadas nos olhos.. como eu.
ainda vim a casa tomar um banho e despir-me do calor, e corri de novo para a estação, agora já outra.
Agora sim! Apanhei-o quando tinha acabado de descer do comboio, mesmo com ar de festival.
Quando a distância se faz sentir no dia-a-dia e a saudade pesa, os breves encontros sabem a pouco, mas sabem bem. despedimo-nos no jardim da Praça da Liberdade. detesto despedidas e apertos na barriga..
"até já", cantava eu para dentro. daqui a pouco estou de volta.
Enquanto cantava a música do Alentejo com os outros, sentia-me longe. puxei-me de volta á terra com a ajuda de um raspanete na altura certa. Há tempo para tudo.

Embora já seja tarde, não resisti a escrever.
Abri a janela e um cheiro a terra molhada entrou misturado com os sons de uma valsa á chuva.
Apercebo-me como é raro este cheiro. Habituados aos longos Invernos, uns bons dias de sol fazem-nos rapidamente esquecer a calma de uma boa noite "ao relento".. finalmente rematei o meu diário de bordo.

obrigada pela visita sorrateira passarinho-pouca-terra.

sexta-feira, junho 24

meia noite e meio dia



agora que a cidade começa pouco a pouco a acordar ao som de pássaros madrugadores, chegou a hora de finalmente descançar.
(to be continued..after a hibernation)

quarta-feira, junho 22

"hoje é o primeiro dia.. do resto da tua vida"



Estou finalmente em férias. Não falo de férias de escola, ou de qualquer outra actividade.. mas de férias dentro da cabeçaa.
Quando a rotina nos passa pelas veias, quando tão embrenhados num dia-a-dia em que todo o tempo parece não chegar para o que queremos e temos de fazer, as férias custam a ganhar sentido..ou custam a perder sentido.
Chega a hora de descalçar as sapatilhas que nos acompanham durante todo o ano e calçar as sandálias (as que estávam dentro do armário desde o verão passado) já prontas para voltarem ao uso.
Têm sido uns bons dias de praia, entre banhos em maré alta, normalmente entre correntes e bandeiras amarelas, banhos em maré baixa saltitando de pocinha em pocinha, banhos miúdos, em que re-aprendemos como é bom ficar só a molhar os pés, banhos de areia - os denominados croquetes ou panados,e banhos de sol,..

E hoje é o primeiro dia de verão..e está lua cheia.

domingo, junho 19

pés descalços..pés meus.



Chegou o tempo do sol, chegou a vontade de parar, chegaram os planos para umas boas férias, chegaram pontas para remendar, chegaram idas à praia, chegaram saudades, chegaram apetites, chegaram cocegas nos pés quando os enterrei na areia, chegou a altura de perder a preguiça e ir nadar, chegaram as cerejas, chegaram as saladas, chegou a sede, chegou o verão e com ele os pés descalços.

terça-feira, junho 14

tão nosso



Começou na quinta com a ida a lisboa. De trasporte em trasporte fiz me chegar ao culturgest com a rosário, com a rosa e com a joana, onde encontramos o bárcia e a maria. fomos ver a ines a tocar contra-baixo. era música contemporâna. acima de tudo o resto (da música, das pessoas, do momento) gostei de ver o entusiasmo dela. gostei de sentir no que ela me dizia que valeu a pena. valeu a pena.
Acabei por encontrar a minha professora de piano russa do ano em que vivi em lisboa (1999) - vera belozorovich, tentando inventar o mínimo possivel.. - que depressa se lembrou de mim e me relembrou o meu repertório do tempo em que me deu aulas.
De lá seguimos para o bairro, onde encontrámos a ines melo e a catarina. Foi uma boa noite, entre sangrias e conversas cruzadas que acabou com um bom pão com chouriço (ou croissant com chocolate, para os que assim preferem) acabadinhos de fazer.
A estes seguiu-se ao regresso a casa, e uma noite de sonambolismos (“está fresquinho..” – caí da cama - “joana, podes vir!”). depois de almoço seguimos (eu ines sanchez e joana com o pai ao comando) de volta a invicta.

Já com a rosa e com a ines melo que chegou entretando de surpresa (adoro este nosso habito de fazermos surpresas uns aos outros..!) fizemos grande plano para a manhã do dia seguinte. Acordámos e estava mau tempo. Quero desde já deixar aqui expresso o meu mais sincero agradecimento (em nome de todo o grupo) á sra. dona rosa félix, visto que sem ela não teriamos descoberto o mau tempo que lá fora zumbia e estariamos, bem provavelmente, ainda na praia. Obrigada!
Dormimos até “tarde”, e tivemos a honra de receber o tiau (aproveito este momento bonito para anunciar que dentro em breve anunciaremos o nosso noivado.. talvez num dia de sol bonito em que os pássaros cantem mais alto.) e o nuneco, este segundo pela primeira vez.
Fomos para o palácio de cristal picnicar com (para além dos já referidos) o pedro costa, xico, té, rita, rita e joao, mais tarde ao som da grandôla. Sempre sempre em cantorias voltámos a casa para receber convidados e com o trabalho em equipa conseguimos deixar tudo pronto.
Jantar sem mãe, mas com tudo o resto. Danças em relvados, saltos, sorrisos, músicas conhecidas, músicas por conhecer, gente tão diferente.. tanta gente, e uma noite longa.

Já era domingo, e o tempo parecia passar em bicos-de-lã sorrateiros mas sem descanço.
Decidimos ir á praia mesmo com o tempo entre cá e lá e uma brisa que nos empurrava de volta a casa. Foi o primeiro banho do ano.
Tentativas de volley, moches alternados, sorrisos molhados em busca do sol que de longe a longe saí cá fora, sem medo das núvens cinzentas..!
Voltámos salgadinhos, prontos e desejosos por jantar. O tomás também cá ficou para jantar, e resolvemos re-abrir a pista de dança “O relvas”.
Mais uma noite dançante.

Segunda foi o dia das despedidas. Foi o dia dos filmes. Foi o dia de novas corridas. Foi o dia de últimos abraços. Foi o dia de um turbilhão de sentimentos. Foi o dia de vos ter cá. Foi o dia de vos ver ir para lá. Foi o dia de sentir mais do que nunca o silêncio de estar sozinho. Foi o dia de marcar o fim destes dias. Foi um bom dia. Acima de tudo, foi mais um dia nosso. Obrigada.

segunda-feira, junho 13

pendente

post ainda em construcção.
pedimos desculpa pelo incomodo.
brevemente será actualizado.
agradecemos a sua compreensão.

quinta-feira, junho 9

contos e boas surpresas

que boa surpresa foi a de ontem. de sorriso nos lábios subi as escadas de dois em dois em busca do desconhecido que transbordava pelo envelope verde fora..
novas cores, novas novas, novos sonos, novos sonhos, novas letras, velhas letras finalmente decifradas, e outras cores saltaram sem que pudesse ou quizesse pará-las.

"Nao posso ser só eu a dar sentido á razão
Vais ter que vir tu e arrancar-me a escuridão
É que ás vezes quem vence fica sempre a perder
Vamos deixar de usar armas no que queremos ser

Mas tens que escrever quem vês em mim
Vais ter que contar quanto dás por nós
Sem mais contos de embalar

Não podes ser só tu a dar sentido ao buraco
Se não te queres lembrar do que sentiste no fundo
Agora tens que vir tu saciar-me os segredos
Porque é fácil de mais o que me queres vender.

Mas tens que escrever quem vês em mim
Vais ter que contar quanto dás por nós
Sem mais contos de embalar

Mas tens que escrever quem vês em mim
Vais ter que contar quanto dás por nós
Vais ter que despir o que tenho a mais
Por ver sempre tudo a desconstruir
Por cima da raiz que nunca sai
Que volta a crescer por não parar

Que volta a crescer por ser maior
Voltou a crescer sem avisar!
Sem mais contos de embalar!"

que bom.. adoro surpresas! e surpresas para este fim-de-semana, quem me trás?
um obrigada grande e bem carregadinho de mimos á espera de novo encontro maravilha.
obrigada bárcia. post merecido. :)

quinta-feira, junho 2

I am seventeen going on eighteen

Fellows I meet may tell me I'm sweet and willingly I believe..! :)

mais um ano que passou, e com ele os 16.
foi tão bom, tão bom..! receber telefonemas e mensagens que esperávamos e mais uns quantos que não imaginávamos, e um sorriso-faço-anos-hoje estampado na cara!
bem, resolvi fazer uma listita de agradecimentos com, desde já um pedido de desculpas em anexo para os esquecidos (se a vontade de se tornarem presentes na lista for muita muita muita entao deixem um post e tratarei de vos botar na guest list!)
um beijo repenicado para a joana, rosa, ines sanchez, toy, catarina, barcia, maria e catarina, tiau e nuno, inezinha por tornarem mágicas e possiveis todas as viagens entre cá e lá;a maria, a rita (lindsas..), a fá, á lena, ao joao, ao zé, á ana, ao jorge, á tété, ao ricky, á catarina, á joana (gémeas!) e ao eduardo (foram a primeira prenda.. e as gominhas souberam me pela vida..hihi) pelo dia-a-dia; á saroco, á silvia, a fatima; ao joão costa, á mariana, nana, xico, madalena, presunto, rita e joao,e a outros gambozinos (ou ex) que me mimaram tanto; á mãe e ao pai (babados), tia ana, ao bali, á marta, á mariana e ao rui, as avózes (familiares e tal); á tété, á té, á rita, ao pedro e maria (das férias da culatra), á minez; ás vilaças, ao jota (vamos sempre a tempo de relembrar o gosto de uma carta..), á paula balonas, aos vasquez, pedro fernandes e respectivos rebentos, ao andré (obrigada pelo mail!), á prof lurdes, á maria e á paula que me ligaram de Itália (ma que bello!) e a todos os que me vieram dar beijinhos na escola por ordem de alguém espertinho! e pronto.

e porque é sempre bom lembrar músicas, filmes, e bandas sonoras que nos ligam a lugares, pessoas, sorrisos e mais uns quantos formando a teia que sou..aqui fica o meu legado
"Raindrops on roses and whiskers on kittens
Bright copper kettles and warm woolen mittens
Brown paper packages tied up with strings
These are a few of my favourite things
Cream coloured ponnies and crisp apple streudles
Doorbells and slaybells and schnitzel with noodles
Wild geese that fly with the moon on their wings
These are a few of my favourite things
Girls in white dresses with blue satin sashes
Snowflakes that stay on my nose and eyelashes
Silver white winter that melts into spring
These are a few of my favourite things
When the dog bites, when the bee stings
When I'm feeling sad
I simply remember my favourite things
And then I don't feel so bad"
sound of music, entre danças e almofadas pelo ar, num rodopio que nos faz esquecer a trovoada que acaba por entrar também na dança..ao seu ritmo.

outro beijinho-mais-um-ano-em-cima, em voo alto.

The sun has gone to bed and so must I
So long, farewell, auf Wiedersehen, good bye
Good bye, good bye, good bye..