sexta-feira, setembro 29

spoon


Finalmente.
Não posso deixar de falar no fim de aulas que tornou possível, tão mágico e necessário o princípio de férias.
Toda a gente fala dos exames como um monstro de 7 cabeças (menos a rosinha, que diz que se estiveres preparada se passam bem). com a ajuda dos cidadãos (habitantes fiéis do Cidade do Porto), acabei por torna-los num monstro suportável, ás bolinhas amarelas. falo das idas á casas-de-banho, de enfardar Mcdonald’s, da caderneta do monopólio, da segunda caderneta do monopólio, dos "elinganoss".. do quarteto maravilha que fomos.

fugi para lisboa, como sempre fujo, e de lá para o acampamento.
Não será possivel descrever como foi ou o que foi, mas acabou por não ser tanto um acampamento de grandes debates e mais um acampamento de noites longas. Descobrimos a utilidade duma jangada (cabe sempre mais um) e que a amendoa amarga sabe áqueles docinhos, que são umas frutas ou vegetais cheios de corantes coloridos que não têm nome. Ah, e descobri que o vento sopra forte e diferente em cada um dos que se aventuram na jangada, e a jeitosa da amnésia.

Depois de um dia inteiro em viagem e de uma enchaqueca insuportável, cheguei a porto seguro. Não tinha grandes espectativas, confesso, e talvez por isso (porque “um dia, quando menos esperares..”) o andanças foi genial.
Desde a relva, a que nos apegámos demasiado e que foi palco de tudo e mais alguma coisa, até aos próprios palcos em que tudo dança, mesmo que parado. É incrível.. é incrível.
É um lugar de todos e para todos, com cheiro a utopia.
Descobri o francês que não se aprende nas escolas, descobri a concertina, descobri o didi, o baltazar, o paquito, o pascal, o davida, o aurélien, o desdentado, o da barbicha, o cego, o boris, (Ah!) o gremlin, o violinista mais docinho, as moscas na boca, o acordeonista a nascer do acordeão, o nascer do sol, o sonambulismo, a falta de banho.
Este ano não vi sound sound checks nem ouvi feed baah’s nos relvados desertos com a sintonia, mas em contra partida fui da limpeza e manutenção, conheci o gil-big-boss, as beterrabas, recebi dois pássaros de cores e sons voadores, dancei uma mazurka cor-de-laranja atrás da e fiquei com uma sombra grande e ás riscas verdes e brancas, rebolei no relvado do cemitério, comi bifanas, dormi quentinha.
Volta de 180º na cabeça.

Depois de treinar o francês, resolvemos investir no inglês, não menos bom, mas não tao glamouroso. Vinhamos da dinamarca, cortei o cabelo, cortaram os cabelos e vieram buscar as donzelas, fui á galé e comi maravilhosamente bem, voltei para sines, mães, mistiques toasts, rico (o dino de sines), voltámos a ter idade para o jogo do copo, “ponto de encontro”, sunbrella.

Queimada de sempre, este ano, e pela primeira vez, sem o luís.
Juntámos o pessoal e enchemos a casa. Estivemos a reparar, eu e os de sempre, na evolução de queimada. A cada ano associamos mais uma descoberta da tecnologia ou da adolescência, como queiram.
Andámos á boleia. Quem nunca ouviu a carrinha da family frost? (uma pergunta como outra qualquer.. assim também eu!) mas.. quem é que já apanhou boleia com uma? (ahh.. Agora já não vejo os dedinhos no ar..) e com uma carrinha que anuncia touradas, e com 5 labregos e um desvio? “no way!”

Outra evoluçao que não pudemos deixar de reparar foi no sistema de rega de casa do quim.. e na jovialidade com que o usam. Faaantástico.
Para quem não conhece queimada, vê se de tudo por lá, desde que se procure.
Os cheerios fizeram sucesso, a rita partiu um dente, jogámos pocker, jogámos pocker, arranjámos chapéus em número certo e cabeças para cada um deles, fizemos moche de calças pelos tornozelos, fizeram sessões fotográficas na casa de banho, jogámos pocker.

passagem por lisboa. compramos cada uma (das duas) uma máquina de escrever por 5 euros na feira da ladra.
não pude deixar de ir buscar em mãos a encomenda que vinha dos açores de guitarra as costas e de ganhar a tarde a rodar em histórias.

Não parar, não parar, não parar.. avante.
Avante foi nem parar para comer. Saint-claire para o improviso, muito improviso.
Havia dois tipos de pessoas com quem nos cruzavamos, e é esse o ponto essencial do avante: as que já conhecemos, e as que vamos conhecer.
A partir dai, se forem 3 pessoas, devem estar sempre pela mesma ordem, independentemente do sítio em que se encontram para que sejam distinguidas á distancia, independentemente do sítio em que se encontram. Inês, teresa, inês. Inês, teresa, inês.
Escorremos o sumo do cartaz (de volta ao francês, o contacto com os irlandeses (?), as raízes de sergio godinho, e um cheirinho daqui ou dali), e fomos sangria com a carvalhesa. Li no outro dia, num jornaleco que falava do avante, a opinião de um jornalista russo sobre o avante. Como não podia deixar de ser, falava no fenómeno que é a carvalhesa.
Ao sinal dos primeiros bombos tudo corre, quer saiba para onde e porquê, quer não. A partir daí, carvalhesa é o que quiseres, passando pelas flautas, rodeado de gente que pareces conhecer desde sempre, ficando te pelo rufar dos tambores, parado ou aos saltos, sem perder a parte calma em que paras e deixas crescer e crescer e crescer até rebentar novamente, agora em flor, quer estejas descalço, passando pelo acordeão e as castanholas a galope, quer apanhes com latas de cerveja na cabeça, quer chores porque sim, ou mesmo quer não. É mesmo o que tu quiseres. garanto-te que não é boato.
prometemos não parar.

claro que voltar custa.




this is the end, my only friend, the end.