sábado, março 18

á espera do fim

Vou andando por ai sobrevivendo a bebedeira e ao comprimido
Vou dizendo sim a engrenagem e ando muito deprimido
E é difícil encontrar quem não esteja
quando o sistema nos consome e abeja
Trincamos sempre o caroço mas já não saboreamos a cereja

Já ouve tempo em que eu tinha tudo não tendo quase nada
Quando dormia ao relento ouvindo o vento a beijar a geada
Fazia meu manjar com pão e uva
fazia o meu caminho ao sol e a chuva
A encontro da mão miúda que me acentava como uma luva

Se ainda me queres vender se ainda me queres denunciar
Isso já pouco me interessa, perdemos o gozo de viver
Eu a obedecer e tu a mandar os dois na mesma triste peça
Os dois a espera do fim

Tu tens fortuna e eu não podes comer salmão e eu só peixe miúdo
Mas temos em comum o facto
de ambos vermos a vida por um canudo
Invertemos a ordem dos factores
pusemos números a frente de amores
E vemos sempre a preto e branco programas que afinal é a cores

Se ainda me queres vender se ainda me queres denunciar
Isso já pouco me interessa, perdemos o gozo de viver
Eu a obedecer e tu a mandar os dois na mesma triste peça
Os dois a espera do fim

3 Comments:

Blogger Nikas Nana said...

Quem escreveu "à espera do fim"?

4:41 da manhã  
Blogger menina de trapos said...

jorge palma.. escreveu e cantou.
vale a pena ouvir..

12:19 da tarde  
Blogger johnny_boy said...

sem duvida uma grande musica...

encontramo-nos naquela casa ao lado do rio. Eu levo o vinho e tu o piano e ficamos ali, entre sorrisos e abraços... á espera do fim...
:)

4:07 da tarde  

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