sexta-feira, novembro 14

foge, foge bandido


"somos a fachada de uma coisa morta
e a vida como que a bater à nossa porta.
quando formos velhos (se um dia formos velhos)
quem irá querer saber quem tinha razão?
de olhos na falésia espera pelo vento,
ele dá-te a direcção.

ninguém é quem queria ser, eu queria ser
ninguém é quem queria ser, eu queria ser ninguém.

a idade é oca e não pode ser motivo
estás a ver o mundo feito um velho arquivo.
eu caminho e canto pela estrada fora,
e o que era mentira pode ser verdade agora.
se o cifrão sustenta a química da vida,
porque tens ainda medo de morrer?
faltará dinheiro, faltará cultura,
faltará procura dentro do teu ser.

ninguém é quem queria ser, eu queria ser
ninguém é quem queria ser, eu queria ser ninguém.

diz-me me se ainda esperas encontrar o sentido
mesmo sendo avesso a vê-lo em ti vestido.
não tens de olhar sem gosto, nem de gostar sem ver,
ninguém é quem queria ser.

ninguém é quem queria ser, eu queria ser
ninguém é quem queria ser,eu queria ser ninguém."

manel cruz

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

tudO com o tempO mudaaaaa ...
principalmenteee as atitudeS!!!

bjO

3:51 da tarde  
Blogger ADRIANO NUNES said...

Cara amiga,

Feliz Natal!

"ARTESANAL" (para meus pais e meus irmãos que suportam, todos os dias, a dor da distância e da ausência)


Estou triste e tudo dói
Em minh'alma. Nada achei,
Quando segui a dura lei
Do sonho. São apenas sóis


Brilhando nesse vazio,
Alguns versos de Natal.
Nesta vida artesanal,
Quase tudo é tão tardio.


Estou triste. Por que sempre
Espero romper o dia
Sem surpresa, sem presente?


Por que não me preveria,
O céu, dos três reis cadentes,
De Deus, da selvageria?



Adriano Nunes.

4:40 da manhã  

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