domingo, maio 31

de 22 a 28

foram também dias de conversas importantes. descobrimos um jardim com veados ("cá os animais são os que se vêem nos desenhos animados!" diz a rita, que viu um ouriço-cacheiro), fizemos um churrasco em grousbeek com os polacos, os dois portugueses que chegaram entretanto - o pedro e a joana, fisioterapeutas lisboetas - e alguns holandeses, e andámos em duas rodas, ele com ar de miúdo.




fomos a amesterdão, comprar os meus sapatinhos de princesa, ver a casa da anne frank e finalmente passear sem montes de gente, longe do centro.

fomos a dordrecht, encontrar o david que o meu pai não via há 32 anos e conhecer o milionário, o bobo, a néleke e o outro porreiraço, em casa de quem dormimos.

voltámos a casa, fazer malas e tudo o mais, e despedimo-nos de uns dias bem bons e um do outro, até (quase) já.

dia 21, último dia de pabo

segui com a inês-mel de volta a nijmegen, e ela e o pchamek juntaram-se para me convencerem a ir a amesterdão.
pois que fui, dois dias depois, com a inês, o pchamek, a laura brasca e o sérgio, conhecer o cris e ocupar-lhe a casa, sair onde sai quem lá vive, passear em jardins que não conhecia, e andar imenso imenso, visto que a casa era bastante longe do centro, já fora do nosso mapa.
é um antro de turismo, mas nós andámos enroladas nele, perdidas em conversas de comadres.




voltei a tempo da entrega de certificados e do almoço de último dia de aulas juntos.
almoços em que cada um leva qualquer coisa do seu país é que está a dar.. e viva o empadão de carne picada, que se faz rapidinho e é bem gabado pelos estrángeiros.
fizemos (os três tugas, as duas italianas, os três polacos, o jaron-holandês e o rrrroaquin-espanhol) uma apresentação de 20 minutos em que gozámos com meio mundo, e vimos as 3 outras apresentações.
está tudo contente, por ter cá estado.
et moi aussi.

sábado, maio 30

parte III (e última) - deixo um cheirinho


parte II - o acampamento


nós as três, o césar e os três franceses rodeados de pássaros e de vacas (que mugem mais grave que em portugal!) e os dias, cheios de calma, encheram-se de cores vivas. a casa-de-banho acabou por fazer furor, bem confortável e com vista para o verde.



churrascos, fogueirinha á noite e uma tenda para duas pessoas agarradinhas onde coubemos as três e os malões. foram dias cheios, cheios, cheios.

sexta-feira, maio 29

parte I

foi um longo caminho, até chegar, já de manhã, mas conheci gente nova, que se passeia pelas ruas de eindhoven e que pára para fazer companhia.


(hum hum.. também há azeiteiros em eindhoven.)

passeiei sozinha, de mapa na mão e música nos ouvidos, de costas carregadas mas com os olhos bem abertos. cheguei a uma praça gigante, tudo muito amplo, e o sol batia quentinho.
tirei os phones, e dormi duas horinhas embalada pela música do francês.
(é bom, passear sozinha.)
mas bom, bom, foi a inês, que chegou ao fim da tarde, e corremos para villeneuve d'ascq, embrulhadas uma na outra, as duas de costas carregadas mas com os olhos bem abertos, de dentolas separadas mas bem juntinhas.

o raphael é uma marioneta, e os franceses usavam todos suspensórios nas calças, subidas até acima do umbigo.
umas boinas, alguns caracóis, francês, francês, francês, a casa do olivier onde se passou o roubezbal, pés-de-dança muitos e aos pares, e a casa de cartão.




chegou a noite, e chegou a inês - sim, somos três: inês, teresa, inês.

de 10 a 13




(pas mal, hum?)

quarta-feira, maio 27

extra improvisado á última



(nós as três e o pchamek, contentes da vida)

terça-feira, maio 19

dia 10, antes do resto

depois da nossa apresentação da música tradicional portuguesa o professor de música nunca mais nos largou. ía haver um concerto para quem quisesse tocar e cantar, e não nos deu descanso até escrevermos lá o nosso nome. á boa maneira portuguesa (e italiana também), deixámos tudo para duas horas antes do concerto. á boa maneira portuguesa (e italiana e polacas também, descobriu ela e o pchamek que acabou por se juntar a nós) correu tudo melhor do que o que estávamos á espera.




(eu, a rita, a sarah davoli e o sérgio)





(eu, a rita e a sarah)

de três a seis

a mãe chegou no dia certo.
coçou-me as costas, limpou-me o sal dos olhos e pôs-me quentinha outra vez.
comprámos uma bicicleta nova e fomos passear, e sobretudo, conversámos até não mais.
estava a precisar de uma cabeça de gente grande para descomplicar a minha, ainda a caminho. e estávamos as duas com muitas saudades.
fizemos um churrasco no terraço (que é o topo do prédio do lado), cozinhei muito enquanto ela ficava a ver as danças da carly, do rrrossé, da marta, da maud e da julie - quem diria que ela lhes acharia piada.. - e tirámos poucas fotografias.
mas quando ela foi embora, estávamos as duas bem contentes.

segunda-feira, maio 18

de vinte e três a três de abril


andámos a contar os dias (pelo menos) desde que “já só faltam quarenta e seis”.
aos poucos fui ganhando a minha vida e os meus cantos por cá, longe do meu porto.
há dias bem frios, e bem chuvosos, em que a bicicleta custa a cada pedalada, e ele chegou num deles, quando eu me tinha já esquecido do sabor dos beijos.
finalmente juntos, fizemos o sol chegar aos pouquinhos, com bom tempo e com as primeiras flores.
preparámos e demos a segunda aula aos miúdos, que se apaixonaram por ele, junto com o roelof que lhe chama serdgino. no fim da aula tocavam e dançavam o malhão.
toda a gente gosta dele. (e eu também!)


conheceu o pessoal da minha turma, fomos jantar fora, passeámos muito, mesmo sem bicicletas, tentámos arranjá-las sem sucesso, andei a tirar fotografias às 15 coisas que caracterizam a minha Holanda para mandar ao Ben (o responsável pelo gabinete internacional), fizemos uma apresentação sobre a música portuguesa e cantámos o milho verde a duas vozes, com o serginho nas congas, e apresentei o Harry, que conheci com as três papoilas tolinhas.
custou-me vê-lo naquele comboio triste, que o levou para longe.

terça-feira, maio 12

teaching practice

aqui sim, a educação funciona.
os meus professores são impecáveis, o meu curso é prático, e tenho uma turma com quem trabalhei, com a ajuda do Roelof, o professor dos miúdos.



eu, que sempre me achei preparada para enfrentar feras pequenas, deparei me com uma turma de 17 miúdos com entre 8 e 10 anos, bem comportadinhos e com vontade de aprender. são eles que decidem se trabalham sozinhos ou em grupo, e onde põem a sua secretária, trabalhar de pantufas dentro da sala e só o papel do professor é normalmente mais perto de guiá-los do que de lhes dizer tudo o que têm de saber e de aprender.
pequeninos, apesar de tudo, vão aprendendo mais por si, e parecem me bem mais preparados para o que estão a fazer do que o que eu estou habituada.
o que é tudo muito bonito, mas mal entrei na sala percebi o grande problema de dar aulas da Holanda e de não se saber falar holandês: os miúdos não falam nem escrevem nada que eu perceba, e vice-versa.





ora bem, e eu, que sempre me achei preparada para enfrentar feras pequenas e que, sorte a minha!, me deparei com uma turma de 17 miúdos com entre 8 e 10 anos, bem comportadinhos e com vontade de aprender, não tinha via maneira de lhes dizer seja o que fosse.
tentei falar devagarinho, ou curto, com gestos(?), mas eles fugiam de mim, em manadas de 6 e 7.

pareceu-me que a música seria a melhor maneira de nos entendermos, portanto comecei a trabalhar ritmos e o corpo feito instrumento, que descobri que eles não trabalham cá.
as pernas tremiam-me, mas as palmas eram ao tempo, e eles tinham um ar contente.
saí eu também contente, com uma ideia mais real do que podia ou não fazer com eles, e começámos a construír uma linguagem nossa, em que nos entendemos finalmente.
o roelof deixa-me tratar de tudo como eu quiser.
tem-me debaixo de olho para ver se preciso de ajuda de holandês ou de dicas de gente grande.
tem uma barriga grande e ar-a-fugir-para-avô, já disse?