aqui sim, a educação funciona.
os meus professores são impecáveis, o meu curso é prático, e tenho uma turma com quem trabalhei, com a ajuda do Roelof, o professor dos miúdos.
eu, que sempre me achei preparada para enfrentar feras pequenas, deparei me com uma turma de 17 miúdos com entre 8 e 10 anos, bem comportadinhos e com vontade de aprender. são eles que decidem se trabalham sozinhos ou em grupo, e onde põem a sua secretária, trabalhar de pantufas dentro da sala e só o papel do professor é normalmente mais perto de guiá-los do que de lhes dizer tudo o que têm de saber e de aprender.
pequeninos, apesar de tudo, vão aprendendo mais por si, e parecem me bem mais preparados para o que estão a fazer do que o que eu estou habituada.
o que é tudo muito bonito, mas mal entrei na sala percebi o grande problema de dar aulas da Holanda e de não se saber falar holandês: os miúdos não falam nem escrevem nada que eu perceba, e vice-versa.
ora bem, e eu, que sempre me achei preparada para enfrentar feras pequenas e que, sorte a minha!, me deparei com uma turma de 17 miúdos com entre 8 e 10 anos, bem comportadinhos e com vontade de aprender, não tinha via maneira de lhes dizer seja o que fosse.
tentei falar devagarinho, ou curto, com gestos(?), mas eles fugiam de mim, em manadas de 6 e 7.
pareceu-me que a música seria a melhor maneira de nos entendermos, portanto comecei a trabalhar ritmos e o corpo feito instrumento, que descobri que eles não trabalham cá.
as pernas tremiam-me, mas as palmas eram ao tempo, e eles tinham um ar contente.
saí eu também contente, com uma ideia mais real do que podia ou não fazer com eles, e começámos a construír uma linguagem nossa, em que nos entendemos finalmente.
o roelof deixa-me tratar de tudo como eu quiser.
tem-me debaixo de olho para ver se preciso de ajuda de holandês ou de dicas de gente grande.
tem uma barriga grande e ar-a-fugir-para-avô, já disse?